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  • Foto do escritorVictor Taouil

A desconcertante linearidade de Zona de Interesse

O filme alemão Zona de Interesse está indicado, entre outras categorias, ao Oscar 2024 de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, a produção vem chamando bastante atenção do público e é óbvio que o Blog Pippoca não pôde deixar de assisti-lo.


O enredo

A desconcertante linearidade de Zona de Interesse

Zona de Interesse é baseado no livro de mesmo nome escrito por Martin Amis, o filme traz em sua trama o dia a dia de Rudolf Höss e Hedwig Hensel, um casal nazista alemão que mora literalmente ao lado de Auschwitz. Rudolf é quem chefia as operações do campo de concentração, ao mesmo tempo que sua esposa cuida da família na casa envolta em um ambiente bucólico e calmo, porém, cercado por gritos e desespero. 



O elenco

A desconcertante linearidade de Zona de Interesse

Sandra Hüller, a mesma atriz de Anatomia de Uma Queda, atua mais uma vez de forma brilhante, dessa vez retratando Hewig Hensel, ela externa muito bem os sentimentos e a indiferença de um nazista perante o genocídio que ocorre ao lado de sua casa. A atriz ainda consegue dar um tom sádico à personagem em algumas passagens. 

Já não podemos falar o mesmo do ator Christian Friedel. Para um filme indicado ao Oscar em cinco categorias, espera-se atuações de encher os olhos, não foi o que vimos dele. Rudolf não transmite nada - diferente de Sandra, ele não consegue que o público creia na indiferença nazista ao genocídio, dá a impressão de que Rudolf é triste, com um corte de cabelo a lá Peaky Blinders e só. 


O que achamos

O filme tem claramente a intenção de deixar o espectador se sentindo como um nazista, seja pela falta de emoção e comoção, pela indiferença, através dos sons de desespero que são ouvidos na casa Höss ou ainda pela vida que levavam os próprios integrantes da família. Porém, para quem ama o cinema pela sua capacidade de despertar emoções, essa incapacidade de gerar-las não será de grande interesse.

A desconcertante linearidade de Zona de Interesse

Trata-se de um filme que vai agradar poucas pessoas. Se fizermos o exercício de comparação com a música, esta seria tocada em somente uma nota. Não há clímax, não existem diálogos profundos, é uma monotonia sem tamanho. Diferentemente de quase todos os longas sobre a 2ª Guerra Mundial, não há, durante quase todo o filme, uma comoção ou o despertar de alguma emoção próxima a angústia pelo menos.



Ao final, talvez para tentar deixar mais palpável a mensagem do filme, o diretor faz um corte para os dias atuais, mostrando imagens do museu do holocausto enquanto alterna com as de Rudolf.


Confesso que esperava muito mais do filme. 


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