Desde Guerra Infinita, o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) tem se mostrado um dos mais poderosos heróis no rol da Marvel e a ansiedade por seu segundo filme solo, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, sempre foi grande após o seu anúncio. A presença do multiverso no título já foi um grande chamariz de atenção, mas ela foi aumentada com o anúncio que Sam Raimi assumiria a direção, com a participação da personagem em Homem-Aranha - Sem Volta Para Casa e com presença de Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) pós-WandaVision. Venha ver a seguir se o filme atinge todas as expectativas.
O filme é pura HQ
A estrutura que o filme se apoia lembra muito a de uma HQ, na qual há poucos espaços para cenas reflexivas e de puro desenvolvimento de personagem, e foca mais na ação e consequência. Isso se reflete no filme, quando vemos que as cenas dos 20 minutos iniciais são usadas para estabelecer os personagens e que depois o filme parte para um frenesi constante. Vemos Stephen Strange comparecendo ao casamento de Christine Palmer (Rachel McAdams), seu grande amor, o qual é interrompido pela chegada de America Chavez (Xochitl Gomez), uma viajante interdimensional. Strange então vai buscar a ajuda de Wanda e a partir daqui é que o filme se desenrola através das ações e das consequências das personagens. Poucos são os momentos de quebra desse ritmo, principalmente para introduzir novos conceitos e personagens (E QUE PERSONAGENS MEUS AMIGOS!).
Ele é o melhor filme tecnicamente falando da Marvel
Fazer um filme Marvel e manter sua assinatura é uma questão complicada para os diretores, afinal, eles devem seguir a famosa fórmula Marvel. Mas aqui Sam Raimi quebra essa barreira e traz um filme seu, com elementos de filmes de terror (garantindo alguns jump scares) com a conhecida forma de direção de filme de heróis vindas da trilogia de Homem Aranha do Tobey Maguire. A direção é auxiliada pelo bem escrito roteiro de Mark Waldron, que quebra o tradicional monomito do herói e utiliza o círculo de histórias de Dan Harmon (a personagem retorna modificada à sua zona de conforto após passar por diversas provações), o que justifica a estrutura dita anteriormente, mas que pode parecer como acelerado para alguns. Seu ponto mais fraco é que ele ignora as personagens secundárias. Além disso, esse é um roteiro que exclui a obrigatoriedade de assistir às séries do Disney+, embora aborde os temas ali colocados. Outros excelentes pontos são a trilha sonora de Danny Elfman, que cria excelentes ambientações às cenas, além de ser essencial para uma cena de ação, e o CGI, que enfim justifica a ida em uma sessão 3D.
É a produção que mais expande o MCU
O multiverso é um dos mais importantes elementos dos quadrinhos, porque oferece infinitas possibilidades para as histórias. A expectativa dos fãs com a presença dele no título do filme e de sua abertura no seriado de Loki era justamente essa, e de fato, ela é mais do que atendida ao abrir portas para novos conceitos, personagens e formações no Universo Cinematográfico da Marvel. Além disso, ele expande a própria trama do Doutor Estranho, dando mais camadas à personagem, e enfim favorece a mitologia da Feiticeira Escarlate no MCU.
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