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Foto do escritorMaria Tosin

A Era de Ouro: um filme sobre um empresário da música e nada mais

Na semana passada (02/08) fomos convidados pela Paris Filmes para assistir antecipadamente o filme A Era de Ouro, que estreia dia 10 de agosto nos cinemas. A seguir, confira nossa opinião sobre essa produção que promete contar como nomes de peso na música, como Donna Summer, Village People, Kiss, entre outros artistas, alcançaram o sucesso absoluto na época.


Sobre o enredo

O filme se passa na década de 70 e conta a história de Neil Bogart, fundador da gravadora Casablanca Records, responsável por lançar grandes artistas como Donna Summer, Parliament, Gladys Knight, Isley Brothers, Village People, Bill Withers e Kiss. A gravadora mudou a história da indústria fonográfica para sempre, mas essa história é cheia de altos e baixos que você nem imagina. Há alguns anos estamos conferindo filmes sobre astros da música e figuras que marcaram época, como é o caso do filme Rocketman e Bohemian Rhapsody, que agradaram o público geral e também os críticos. O grande problema de A Era de Ouro é ser divulgado como um filme que mostra como grandes nomes da música surgiram, porém, essa é uma falsa promessa. O filme passa a ser apenas uma biografia de Neil Bogart, que vamos combinar, se você não é tão ligado à música, provavelmente não sabe quem ele foi, apenas conhece os artistas que ele lançou. A produção não mostra como se deu a formação do Kiss, por exemplo, nem aprofunda os artistas, além disso, peca na qualidade do áudio e conta com pouquíssimas cenas que envolvem performance musical.




Sobre o elenco

Na minha opinião aqui é onde a produção mais errou, Jeremy Jordan interpretou o personagem principal (Neil Bogart) e deixou a desejar. Em muitas cenas é nítida a falta de experiência do ator que tem em seu currículo pouquíssimas produções, sua mais conhecida é a série Supergirl. Em momentos em que Jeremy interpreta Neil alterado após ingerir drogas é onde mais se nota a falta de experiência do ator, que não conseguiu convencer o público sobre seu talento. Michelle Monaghan, que interpreta a mulher de Neil, também não foi bem explorada no longa, apesar da atriz possuir em seu currículo produções de peso, como Missão Impossível 3, O Melhor Amigo da Noiva e True Detective. O restante do elenco não possui tempo suficiente de tela para reclamarmos ou elogiarmos seus talentos, mas com certeza a escolha do ator principal influenciou todo o resto.


Há uma luz no fim do túnel

Me considero uma apaixonada por música, já trabalhei com gravadoras e artistas, e talvez por isso o filme não fez meus olhos brilharem, mas pode ser que o público geral se encante por essa história. Há alguns pontos no roteiro que me chamaram a atenção e merecem elogios, como a cena em que Neil ajuda Donna Summer a gravar seu primeiro sucesso: “Love To Love You Baby” ou quando Neil entende que a música da banda Kiss está totalmente ligada a experiência dos shows e decide gravar um DVD ao vivo dos artistas ou quando sabemos que a música “Beth”, do Kiss, é sobre a mulher de Neil (Beth), que foi traída pelo empresário enquanto ele estava em turnê com os artistas. Algo que para mim ficou implícito é que Neil leva seus artistas ao sucesso depois de entender que eles são um personagem a ser criado para os fãs, por isso precisa ser moldado, os artistas nada mais são do que projeções do público.

Fui esperando um filme sobre música, mas infelizmente acabei encontrando um filme sobre um empresário sem carisma, talvez precisamos de uma pausa nas produções sobre música para olharmos para traz e encontrarmos erros e acertos.


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