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Foto do escritorArthur Ripka Barbosa

A grande surpresa que é Ruptura


A Apple+ tem se mostrado uma plataforma com excelentes produções. Foi assim com The Morning Show, que abordou muito bem a questão do #MeToo no mundo jornalístico, Mythic Quest, uma sitcom pouco inovadora mas muito bem executada, e sem dúvidas, o estrondoso sucesso de Ted Lasso. Dessa vez, quem rouba a cena é Ruptura, um drama criado por Ben Stiller e que tem tudo para ser uma das melhores séries do ano. Confira a seguir o que faz dela essa grande surpresa.

O enredo

A série foca em Mark Scout (Andrew Scott), um professor de história, que, após perder sua esposa, e para superar o luto, decide se afastar da licenciatura para ir trabalhar na Lumon, uma empresa em que os funcionários deliberadamente passam pelo processo de ruptura. Esse processo separa as memórias da vida pessoal daquelas da vida profissional, criando assim toda uma nova vida. Porém, tudo começa a mudar quando seu chefe é surpreendentemente demitido e ele assume o departamento de refinamento de microdados, e logo de cara tem que introduzir a nova companheira de setor, Helly R (Britt Lower).




A série possui um forte tom crítico

Assim como Tales From The Loop, Ruptura aposta num clima retrofuturista, misturando elementos dos anos 90 com novas tecnologias. Mas diferente da série da Amazon Prime, essa foca nas tecnologias, mas sim em como elas podem influenciar nas relações de trabalho. Mas para além disso, a série em si é uma grande crítica às corporações, que desenvolvem tecnologias para ter exclusividade da parte das vidas de seus funcionários, além da grande romantização delas, ao colocar a Lumon como uma religião.


Ela é tecnicamente muito boa

Numa série em que as personagens possuem duas personalidades, a forma encontrada pela equipe de fotografia para mostrar a transição delas se mostrou muito interessante, ao mudar a aproximação em relação aos atores, mudando, consequentemente, o preenchimento ocular e as fisionomias dos atores. Soma-se também a grande qualidade do elenco, que conseguiram criar muito bem as personalidades e mudar rapidamente entre elas. Outra boa escolha da direção foram as cenas de corredores na Lumion, que misturando plano sequências e mudanças de ângulos criam a noção de um labirinto. O roteiro também vale ser destacado, uma vez que ele estrutura questões para a trama, mas não corre para resolvê-los, deixando algumas para serem respondidas numa 2ª temporada.





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