No dia 31 de outubro chega aos cinemas o novo longa dirigido por Hideo Nakata, cineasta japonês responsável por “O Chamado 2” (2005), “A Última Invocação”. À convite da Sato Company, fomos convidados para a cabine de imprensa do filme e vamos te contar o que achamos sobre ele! Ah e cuidado, este texto contém spoilers!
Naoto Ihara vivia uma vida feliz com a sua esposa, Miyuki, e o filho, Haruto. Sem saber o que o futuro reservava, Ihara recebe um estranho alerta da esposa, que, horas depois, acaba falecendo em um acidente. Em meio ao luto desolador, Haruto não aceita a morte da mãe e dá início a uma série de rituais para trazê-la de volta. Porém, as consequências desse ato assumem novas proporções quando algo começa a perseguir os membros da família e Hiroko Kurasawa, uma antiga amiga de Naoto.
Bom, se você espera um filme de terror recheado de plot twists, sustos, suspense, efeitos especiais de arrepiar e uma boa opção para o Halloween, sinto em te informar que você não encontrará isso aqui.
Para os amantes de terror sobrenatural, não há nada mais frustrante do que mais do mesmo. Quando falamos em obras dessa categoria, alguns elementos são tão previsíveis que, para caberem na narrativa, requerem um trabalho minucioso que não foi empregado neste filme. Logo no início, podemos prever a tentativa de ressuscitar a esposa e que, ao invés de Miyuki, o que ganhará vida será, na verdade, um demônio. O desenrolar se torna apenas uma sequência de clichês, repetindo o enredo dos seus antecessores.
Em se tratando de efeitos especiais, a produção peca gravemente e perde várias chances de assustar e conquistar os fãs de scary jumps. A maquiagem, bem como os efeitos visuais e recursos sonoros, como distorção de voz, são rudimentares, fazendo com que o espectador dedique o tempo do susto à percepção das várias falhas que despertam preguiça e desinteresse.
O roteiro tem uma premissa interessante que busca abordar o luto e amor de forma realista e reflexiva, porém, faltou personalidade para diferenciar “A Última Invocação” de produções anteriores, como por exemplo “Cemitério Maldito” (2019). Assim como neste, o longa japonês incorpora a ideia de um local que torna possível a ressurreição das pessoas lá enterradas. Porém, em ambos os casos, o que retorna para a família não é o ente perdido e sim uma cópia maligna da pessoa.
Sobretudo, é importante destacar a diferença cultural que permeia toda a construção fílmica. No Brasil, estamos acostumados com filmes norte-americanos que possuem características diferentes do cinema em outros países. Narrativa acelerada, cenários elaborados e trilha sonora marcante e incisiva são alguns traços ausentes no longa japonês, que utiliza o misticismo para gerar medo. Portanto, ainda que o parâmetro cultural impacte na experiência com o longa, é importante entender que diferir do padrão não significa que é ruim.
Em suma, “A Última Invocação” é um filme que deve ser visto sem pretensão se você é amante de terror. A história se perde em clichês e acaba entregando uma narrativa batida, com muito potencial a ser explorado.
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