Anora é um romance que ganhou em 2024 o Palma de Ouro em Cannes, o prêmio mais importante do festival, e com certeza terá lugar garantido em diversas categorias no Oscar 2025. O longa já foi lançado lá fora, no Brasil chega no dia 23 de janeiro aos cinemas, mas você já pode conferir nossa crítica!
O enredo
O filme acompanha Anora, uma prostituta do Brooklyn que vê em um de seus clientes a esperança de mudar de vida, ela então decide se casar impulsivamente com o filho de um oligarca russo, Ivan, o sonho começa a dar errado quando a família do herdeiro quer anular o casamento.
O roteiro
A produção começa nos apresentando Anora, uma menina de 23 anos que trabalha como dançarina e prostituta, ela já se consolidou como uma das favoritas do clube em que trabalha, o primeiro ato é realmente muito envolvente e interessante, não poupando cenas de sexo e nudez. Certo dia Anora é chamada para conhecer um cliente russo, Ivan, os dois se divertem e Ivan acaba voltando algumas vezes para ver Anora, e a relação dos dois começa a tomar novos rumos. Ivan é o típico garoto mimado que só quer curtir a vida usufruindo da fortuna de seus pais, nessa parte o filme parece até uma aventura adolescente típica da Netflix, regada de sexo e drogas, até que depois de uma semana de aventuras Ivan pede Anora em casamento, já que não quer voltar para a Rússia para assumir a empresa de seu pai.
Depois que seus pais descobrem o casamento, os capangas da família chegam no país para encontrar Ivan e Anora, o objetivo é anular o casamento, começa então uma perseguição de gato e rato depois que Ivan some do mapa. Minha expectativa era que a história seguisse outro rumo, mas o segundo ato parece torturante de assistir, algumas cenas cômicas salvam essa parte do filme, e a cena final tenta ser marcante, utilizando uma metalinguagem que mostra todo o sofrimento de Anora e a esperança que a dançarina enxergou em Ivan, ao ter que voltar para sua vida solitária, sem família ou amor, o sexo “seco” é um pedido de socorro de uma menina que iria viver um sonho, mas esse sonho foi interrompido por um menino mimado.
O elenco
Desde o início fiquei pensando em como a escolha de elenco deste filme deve ter sido difícil, Mark Eydelshteyn interpreta Ivan e consegue fazer todos os espectadores sentirem raiva e ódio pelo seu personagem, sua estatura e sua beleza “única” transmitem mensagens que não seriam possíveis se tivessem escolhido um ator loiro de olhos azuis e cheio de músculos, por exemplo.
Mikey Madison, interpreta Anora, e entendi totalmente os elogios a seu trabalho, neste longa pudemos entender a dimensão de seu talento, muito da qualidade do filme se deve a seu belo trabalho. Mikey ficou conhecida por participar de alguns filmes da franquia Pânico e fazer parte do elenco do filme Era Uma Vez em Hollywood… do diretor Tarantino. Se Fernanda Torres entrar na briga pelo Oscar de Melhor Atriz, com certeza terá que matar esse leão antes e não será nada fácil. O restante do elenco não possui tanto destaque, apenas Yuriy Borisov, que interpreta Igor, e nos entrega a brilhante cena final, mesmo sem muitas falas, seu personagem tem uma importância na trama.
Nosso veredito
Anora é um filme indie, que vai contra os filmes que encontramos no Oscar, é o típico longa que precisa de uma explicação a mais para agradar o público geral, a história pode cativar muitas pessoas, mas pode despertar o ódio de muitas também. Eu sugiro que você assista o longa nos cinemas e tire suas próprias conclusões, está longe de ser um filme ruim, mas não conseguiu me agradar.