A convite da Diamond Filmes assistimos ao suspense erótico Babygirl, que pode garantir a Nicole Kidman uma vaga no Oscar 2025 na categoria de Melhor Atriz. O filme estreia dia 9 de janeiro nos cinemas, mas você já pode conferir nossa crítica.
O enredo
O filme acompanha Romy, uma CEO que tem uma rotina agitada e uma família para cuidar, logo ela conhece Samuel, um jovem estagiário da sua empresa que a escolhe como mentora, o que ela não esperava era que uma paixão ardente surgisse, a partir daí Romy coloca seu trabalho e sua família em risco para viver esse romance perigoso.
O roteiro
Parece que os filmes que exaltam as estrelas +40 de Hollywood estão em alta, tivemos Demi Moore em A Substância e agora chegou a vez de Nicole Kidman.
O filme já começa com cenas quentes entre Romy e seu marido, em seguida conhecemos a rotina da CEO que passa o dia dizendo o que os outros devem fazer, até que em um momento ela conhece Samuel e descobre que ele está no programa de estágio da sua empresa, a partir daí acompanhamos o desenrolar da história, que é contada pela visão de Romy.
Mergulhamos em seus fetiches e em seu insatisfeito casamento, a CEO que manda em todos só gostaria que alguém mandasse nela, e esse é o centro de seu fetiche, Samuel mostra que não tem medo e está pronto para desafiar Romy e realizar todos seus desejos, o resultado são cenas que podem parecer absurdas ou constrangedoras, mas observando com o olhar de Romy é na verdade uma realização para ela.
O roteiro é cheio de cenas de duplo sentido e que mostram essa troca de poder entre Romy e Samuel, a trilha sonora tem papel fundamental nisso, com algumas canções originais que são a união perfeita entre o erótico e a sensação de perigo. Vemos um jogo de poder interessante, mas raso, e que pode até ser uma crítica ao capitalismo, dependendo de como você enxerga a estrutura das empresas multinacionais. Mas o roteiro acaba cometendo o mesmo erro de outros suspenses eróticos, o de acelerar a história e focar completamente nas cenas quentes sem se aprofundar em nenhuma história, é claro que as cenas quentes precisam estar ali, mas se elas ocupam mais de 50% do filme, a chance de agradar poucas pessoas é grande.
A metalinguagem e toda a semiótica envolvida no enredo é realmente satisfatória para os cinéfilos, é algo que o diferencia de outros filmes do gênero, mas mesmo assim o roteiro não consegue entregar algo realmente interessante para ser lembrado depois que você sai da sala de cinema, o final para mim é como um balde de água fria em toda a tensão ou tesão criado durante o filme inteiro.
O elenco
É aqui que Babygirl chama mais a atenção, como o título já entrega, Nicole Kidman interpreta Romy e está em um de seus papeis mais ousados, ela se entregou nas cenas que envolvem os fetiches da personagem, situações que nós talvez nunca imaginávamos ver Nicole Kidman e analisando a dificuldade que envolvia sua personagem, ela entrega uma atuação que pode agradar a academia do Oscar. Quem interpreta Samuel é o nosso já conhecido do Oscar, Harris Dickinson, que fez parte do elenco de Triângulo das Tristezas, como Samuel o ator entregou o básico, sem conseguir se destacar com Nicole Kidman ao seu lado, mas o casal mostrou ter uma forte química.
A surpresa no elenco foi Sophie Wilde, conhecida pelo seu papel em Fale Comigo, Sophie interpreta Esme, secretária de Romy, a atriz tem um destaque importante na trama e surpreende ao mostrar seu talento, mostrando ser a mais nova queridinha de Hollywood.
Quem me decepcionou foi Antonio Banderas, que interpreta o marido de Romy, Jacob, fiquei me perguntando para onde foi o brilho do ator que antes arrancava suspiros nos filmes, mas parece que ele sumiu completamente.
Nosso veredito
Babygirl não é um filme que vai agradar a todos, principalmente se você não é fã de filmes eróticos, acredito que o público-alvo seja realmente mulheres que podem se identificar com a trama e assim gerar discussões sobre o tema. O roteiro tem seus pontos altos que poderiam ter sido explorados de diversas formas, mas o diretor optou por seguir caminhos seguros. O filme não entrega nada extraordinário, apesar disso, Nicole Kidman pode ser uma pedra no sapato de Fernanda Torres quando falamos de Oscar 2025.
Comments