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Foto do escritorMaurício Neves

Back to Black é uma cinebiografia rasa para uma artista complexa

Atualizado: 17 de mai.

Baseado na vida da cantora britânica Amy Winehouse, Back to Black chega aos cinemas brasileiros no dia 16 de maio, com direção de Sam Taylor-Johnson (O Garoto de Liverpool, 2009) e roteiro de Matt Greenhalgh (Estrelas de Cinema Nunca Morrem, 2017). O elenco conta com Marisa Abela interpretando Amy Winehouse, Jack O'Connell como Blake Fielder-Civil (seu ex-marido), Eddie Marsan como Mitch Winehouse (seu pai) e Lesley Manville como Cynthia Winehouse (sua avó).


Fomos convidados pela Universal Pictures para assistir a prévia do longa. Descubra a seguir tudo o que achamos.

Back to Black é uma cinebiografia rasa para uma artista complexa

O enredo

A obra retrata a curta carreira da cantora britânica Amy Winehouse. Desde o início, ao assinar o contrato com a gravadora e  gravar o seu primeiro álbum. Ainda, passando pelo relacionamento abusivo com Blake Fielder-Civil, e todo o processo turbulento de gravação de seu icônico álbum Back to Black, que a levou ao sucesso mundial.

Back to Black é uma cinebiografia rasa para uma artista complexa

O roteiro

Apesar do filme ter 122 minutos de duração, as situações não são muito exploradas. Tudo acontece muito rápido e mostrado superficialmente, nunca conseguimos entender em qual ano o evento exibido está ocorrendo.


O início, apesar de introduzir os personagens da trama, já começa com Amy na fase adulta, e não demora muito para mostrar ela gravando o seu primeiro álbum. São apresentadas diversas cenas com cortes rápidos, demonstrando o avanço acelerado no tempo.


A película coloca um foco enorme em Mitch e Blake, o pai e o ex-marido de Amy, respectivamente, ao mesmo tempo que encobre o quanto ambos foram problemáticos na vida da artista.



A relação de Amy com sua avó, Cynthia, também ganha bastante destaque, nos apresentando cenas bonitas da relação entre as duas. Quem acompanhava a carreira da cantora, sabe que a progenitora significava muito para Amy, e o quanto a sua morte a afetou.


Grande parte da produção gira em torno do álbum Back to Black e todos os episódios envolvendo a sua criação, o que não é surpresa, visto que esse foi o seu grande sucesso. 


Acompanhamos todo o seu êxito mundial, a conquista dos 5 prêmios no Grammy, o seu declínio com as drogas, além da relação abusiva com Blake e os seus últimos momentos. Assim, chegamos em um final amargo, onde sentimos que aquele fatídico desfecho poderia ser evitado.

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O elenco

Marisa Abela entrega uma atuação convincente, nos mostrando que estudou a cantora antes de interpretar o papel, reproduzindo os trejeitos de Amy com habilidade. Além disso, os penteados e os looks usados remetem muito aos originais. Marisa nos mostra todas as mudanças de estilo e personalidade de Amy persuasivamente.


Jack O'Connell e Eddie Marsan também estão confortáveis como Blake Fielder-Civil e Mitch Winehouse, e entregam atuações expressivas. Ainda, Lesley Manville recebe um grande destaque como a avó da cantora, Cynthia Winehouse, dividindo cenas emocionantes ao lado de Marisa.

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Considerações

A produção, apesar de longa, não mantém o espectador entediado, devido à apresentação rápida de diversos fatos em poucos minutos. Porém, isso faz com que o filme seja raso e superficial. Mesmo com sua curta carreira, Amy Winehouse era uma artista complexa, com uma personalidade marcante. No entanto, acabamos testemunhando apenas o que já víamos em manchetes na época, com nenhuma revelação original. De qualquer forma, não tem como encerrar a obra sem ter pelo menos uma lágrima caindo do olho.


Fica como sugestão o documentário “Amy”, de 2015, que apresenta a trajetória da artista de forma mais detalhada e completa. No projeto, tudo é revelado conforme o acontecido, sem censuras e sem encobrir pessoas e fatos.



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