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Foto do escritorArthur Ripka Barbosa

Barbie: muito melhor do que você imagina

Atualizado: 26 de jul. de 2023


Quando foi anunciado o filme sobre a boneca Barbie e que Greta Gerwig seria responsável pela direção e roteiro, juntamente ao seu marido Noel Baumbach, o mundo do cinema começou a questionar que tipo de filme sairia disso. Então veio a escalação de Margot Robbie para o papel da protagonista e de Ryan Gosling para o de Ken, e então de muitos outros atores talentosíssimos, que sempre destacaram a qualidade do roteiro ao aceitarem os papéis, e o hype para o filme foi criado. E é possível dizer que sim, todas as expectativas foram atingidas e foram até além. Venha ver o porquê.


A Barbielândia é perfeita

A primeira coisa que merece ser destacado desse filme é toda a ambientação da Barbielândia. Aqui Greta Gerwig não mede esforços para criar os cenários mais plásticos e artificiais possíveis, passando assim, em todas as cenas que acontecem nela, a sensação de estar em uma casa de boneca de fato. Isso vai desde a caixa de leite que não tem leite, o chuveiro que não cai água, até as ondas de plástico no mar e a água falsa na piscina. Há também que se destacar os figurinos, que remetem às roupas clássicas da boneca.


As atuações são perfeitas

Mais que o cenário e os figurinos, as atuações ajudam a passar a sensação de uma brincadeira de boneca, seja nos movimentos que imitam a restrição de movimentação ou então uma corrida travada. Porém, o grande destaque são os protagonistas. Margot Robbie entrega sua melhor atuação desde O Lobo de Wall Street e consegue dar verdade aos estereótipos da boneca, mas também traz a humanidade quando necessário. Já Ryan Gosling nasceu para o papel de Ken, e traz uma atuação comicamente exagerada, na forma mais pastelona que o personagem pede.


O roteiro é bom, mas é onde o filme mais falha

Gerwig e Baumbach conseguem entregar tudo o que se imaginou de um filme da Barbie, mas foram além ao entregar uma sátira social. A história de fato é muito boa, mas para chegar onde quer, o roteiro se perde em muitas ideias e fica inchado, que nem sempre agregam ao filme, como por exemplo boa parte das cenas da Mattel. Além disso, em certas horas o filme é carregado de humor, que o deixa cansativo. É preciso dizer, entretanto, que algumas escolhas foram muito acertadas, como por exemplo, o uso da metalinguagem, que poderia ter sido mais utilizada.


Sim, Barbie é um filme político

Toda a história do filme é baseada na busca de identidade de Barbie, cujo perfeccionismo está desaparecendo. Isso a leva para o mundo real, onde acompanhada de Ken, descobre que ele é o inverso do que as Barbies imaginavam, já que ele é patriarcal. O filme então passa a ser sim político (para a infelicidade de muitos que pensam como nos séculos passados), já que traz o discurso feminista para empoderar as mulheres, não com falas estereotipadas, mas apontando a realidade, principalmente na fala da humana Gloria (America Ferrara). Fica também a ironia de que é um filme crítico ao capitalismo, mas que também é uma propaganda. Barbie é, portanto, um filme que já nasce sendo um marco cultural, seja por todo o buzz que gera, por sua qualidade e imperfeições, o que o torna um filme necessário para os dias de hoje.


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