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Foto do escritorMaria Tosin

Coringa: Delírio a Dois foca na verdadeira face de Arthur Fleck

A convite da Warner Bros assistimos ao filme Coringa: Delírio a Dois, continuação do filme de 2019 que ganhou diversos Oscars em 2020, incluindo o Oscar de Melhor Ator para Joaquin Phoenix. O filme chega aos cinemas no dia 3 de outubro, então vem conferir o que achamos!


O enredo

Coringa: Delírio a Dois foca na verdadeira face de Arthur Fleck

Na sequência do filme acompanhamos Arthur Fleck na espera de seu julgamento em uma cadeia no Arkham, vemos Arthur lutando com sua dupla personalidade, nesse caminho ele encontra uma moça que vai mostrar a ele o que é o amor verdadeiro, além de mostrar que a música sempre esteve dentro dele.


O roteiro

Ao rever o primeiro filme me lembrei de como ele é denso, depressivo, pesado, ao final você está completamente transtornado por todo o horror e sofrimento que Arthur passou desde quando era criança, para o segundo filme eu esperava sair do cinema com uma sensação diferente, ainda mais por se tratar de um musical.



Começamos o filme vendo uma espécie de looney tunes e o dia a dia de Arthur Fleck na prisão, até que um dia, um dos guardas coloca Arthur em uma espécie de aula de música e canto, é aí que ele conhece Arlequina, uma mulher que também tem problemas mentais e está presa por cometer crimes, vemos então uma relação surgindo e logo Arthur fica completamente obcecado por ela. O filme Coringa foi criado para apresentar de forma mais aprofundada o vilão dos quadrinhos e o segundo filme continua exatamente isso, somos convidados a nos aprofundarmos na história do personagem, em meio a isso acompanhamos então o amor pela música surgindo em Arthur.

Coringa: Delírio a Dois foca na verdadeira face de Arthur Fleck

Até metade do filme muita gente pode acha-lo entediante, isso porque a tensão que tinha no primeiro filme deu lugar a cenas com músicas profundas. Para mim o maior erro do filme foi ter vergonha de abraçar o gênero musical ou simplesmente fazer isso para tentar agradar a todos, não digo que as cenas cantadas são ruins, elas são ótimas, mas você não vai ver nenhum ator começar a cantar repentinamente no meio de uma cena, as cenas que envolvem música ou são invenção da cabeça de Arthur ou são desconexas do roteiro, o que pode deixar muita gente confusa. O filme teria muito mais sucesso se realmente abraçasse o formato musical de fato, vemos que muitas cenas presentes no trailer foram cortadas do filme, o que mostra que o diretor teve medo de assumir o filme como musical.

Coringa: Delírio a Dois foca na verdadeira face de Arthur Fleck

A partir da metade do filme acompanhamos o julgamento de Arthur pelos seus crimes, é nessa parte que o Coringa ressurge e onde vemos ainda mais o talento de Joaquin Phoenix. Vocês lembram do anão Gary? Pois ele volta ao filme como testemunha e agrada o público que achou a cena dele hilária no primeiro filme. A produção se baseia na ideia de que Coringa é um alter ego de Arthur Fleck e quem realmente cometeu os crimes foi Coringa, o que na minha opinião deixou o vilão com cara de mocinho. Não darei spoilers, mas o final praticamente garante que não teremos uma sequência.


O elenco

Coringa: Delírio a Dois foca na verdadeira face de Arthur Fleck

Estava com medo de Joaquin Phoenix ter ficado com preguiça de atuar, assim como fez em boa parte dos filmes do ano passado, como Napoleão, por exemplo, mas não, o ator manteve a qualidade da atuação do começo ao fim, sua atuação continua extremamente impecável, não teve falhas, nem quedas. Lady Gaga fez o feijão com arroz bem feito, não tem uma atuação extraordinária, mas entrega um bom trabalho, porém a todo momento temos a sensação de que ela foi inserida na trama para dar sentido ao lançamento do segundo filme, o que me deixou um pouco decepcionada com o resultado apresentado. Harry Lawtey interpreta o advogado do governo e ele é um dos poucos atores que consegue ter um destaque maior, faz também o feijão com arroz bem feito.


A trilha sonora

O que eu gosto da Lady Gaga é que ela se entrega muito a todo trabalho que faz, e não foi diferente em Coringa 2, ela ajudou a escrever boa parte das músicas do filme, e que particularmente eu achei todas incríveis, as canções trazem mensagens sensíveis e poderosas. Com certeza você vai sair do cinema com alguma delas na ponta da língua. Para quem ficou curioso para ver se Joaquin Phoenix cantaria bem, pode ficar tranquilo, a voz dele se tornou agradável. Ah e é claro que também ouvimos a música That’s Life, de Frank Sinatra, um símbolo do primeiro filme, e a trilha de tensão também permaneceu, mas muito menos presente se compararmos com o primeiro filme.


Nosso veredito

Coringa: Delírio a Dois foca na verdadeira face de Arthur Fleck

"Coringa: Delírio a Dois" cumpre seu papel de ser uma sequência de algo que tanto pedimos, conseguimos entender mais ainda sobre o personagem, mas infelizmente não será um filme lembrado por muito tempo, isso porque a profundidade encontrada no primeiro filme, não foi encontrada no segundo, mas como eu disse, como sequência ele funciona muito bem e entrega aquilo que o fã de Coringa queria. Se tivesse abraçado o gênero musical sem medo de errar tenho certeza que a produção teria outro nível.



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