À convite da Diamond Filmes, no dia 10/08 assistimos, antes de sua estreia no Brasil, o terror mais aguardado do ano, “Fale Comigo”. Confira a seguir a nossa crítica e o que achamos dessa produção!
Um garoto procura o irmão em uma festa cheia de adolescentes. Encontra-o trancado em um quarto, arromba a porta e o ajuda a sair do local. No meio do caminho o irmão pega uma faca, ataca o garoto e a si mesmo. Os jovens que antes filmavam, saem correndo.
Assim começa “Fale Comigo”, um filme que conta a história de um grupo de adolescentes que tem como passatempo invocar espíritos através de uma mão embalsamada. Aperte-a, repita “fale comigo, eu te deixo entrar” e seja possuído por 90 segundos, nada além. Mia, uma jovem em luto pela perda da mãe, decide participar, mas acaba ultrapassando o tempo e as consequências serão sangrentas e terríveis para as pessoas que ama.
Antes de mais nada, o filme é inteiramente pensado para a Geração Z, o que é explícito a todo momento. Além dos dilemas adolescentes, a trama traz elementos que conversam diretamente com essa geração, como a relação (des)equilibrada com as redes sociais, a supervalorização da exposição na internet, a necessidade de aprovação e a busca por estímulos que te tirem da realidade.
A brincadeira se torna um tipo de droga para o grupo, colocando-os em transe, durante e depois da invocação, viciando-os. A relação com as redes sociais também é um ótimo elemento inserido desde os primeiros minutos do filme, quando uma tragédia acontece e, ao invés de buscar ajuda, vários adolescentes pegam o celular para filmar.
Partindo para o terror, esperava vários jump scare e fiquei feliz quando isso não aconteceu! A produção foge desse recurso batido no gênero e cria medo através de sons, expressões e brincando com a imaginação dos personagens. Em um dado momento descobrimos que os espíritos podem assumir a forma de uma pessoa conhecida e essa informação é estrategicamente utilizada dentro e fora da tela. Dentro a protagonista não consegue discernir o real do imaginário, fora o espectador não confia nos personagens, gerando uma angústia constante.
No geral o filme não é muito violento, há apenas duas cenas inspiradas no gore que, garanto, farão você se contorcer na cadeira (inclusive tampei meus olhos e fico feliz por isso! rs).
Com relação aos personagens, não há um desenvolvimento das figuras secundárias, dificultando a conexão com alguém além da protagonista, que deixa a desejar em vários momentos. Mia poderia ser uma típica adolecente egoísta que trai pessoas que ama em busca de aceitação. A diferença está no plano de fundo: o luto, que justifica certas ações e leva a garota para lugares sombrios.
Diante da grande propaganda ao redor do longa, confesso que me decepcionei com um enredo não tão diferente assim e clichê em vários momentos. Ainda que possua diferença em detalhes como na escolha de uma mão macabra ao invés de um tabuleiro ouija, desde o primeiro ato já imaginamos o desenrolar dos acontecimentos e quem irá tomar certas decisões clássicas dos filmes de terror.
O final é, sem dúvidas, a melhor parte! Surpreendente, ele amarra a história trazendo um plot twist digno de suspiro. Não há uma busca pela origem da mão, o que foge do comum para filmes de terror em que os personagens recorrem a outras vítimas, livros e internet para entender com o que estão lidando e, assim, achar uma solução. Aliás, o filme também se diferencia por não focar em responder os “porquês” e sim partir para a resolução. Assim, há espaço para uma continuação que já está confirmada! Será que esse será o roteiro do segundo filme? Estaremos atentos às novas notícias!
Comments