A convite da O2 Filmes assistimos antecipadamente o filme que pode ser o último do renomado diretor e roteirista Woody Allen. Vem saber o que achamos do filme que chega dia 19 de setembro no cinema.
O enredo
A produção acompanha Fanny e Jean, casal ideal que vive uma vida de luxo e aparências. Um certo dia Fanny acaba reencontrando Alain nas ruas de Paris, os dois estudaram juntos no colégio e ele revela que sempre foi apaixonado por ela, mas nunca teve coragem de conversar. Fanny então fica confusa e percebe que vive uma vida que não quer, o que abre espaço para muitos conflitos.
O roteiro
Como explicar mais um filme de Woody Allen sem falar de seu estilo único de trazer reflexões filosóficas e conflitos nas relações, mais uma vez o diretor traz a sua identidade para as telas. Depois de ter sofrido um certo boicote em Hollywood quando sua filha adotiva acusou o diretor de abuso sexual, o diretor que antes só trabalhava com um elenco de peso nos Estados Unidos teve que retornar para a Europa para voltar a produzir e acredito que foi daí que surgiu seu novo filme.
Logo no início do filme vemos o encontro inesperado entre Fanny e Alain, os dois acabam criando uma amizade que logo se torna um caso. O problema é que o marido de Fanny, Jean, possui muito dinheiro e é um homem possessivo, depois de várias pistas dadas por Fanny, ele desconfia que está sendo traído e resolve contratar um detetive particular. A partir daí acompanhamos um jogo de gato e rato bem previsível, mas os diálogos filosóficos e existencialista tornam o filme agradável de se ver, a direção de arte é outra qualidade.
Desde os primeiros 10 minutos do filme eu já sabia o que iria acontecer, o roteiro é realmente clichê, acho que um dos mais clichês e previsíveis do diretor, mas é um ótimo filme pra quem quer relaxar sem ter que usar muito o cérebro, algumas reflexões são realmente boas e nos fazem repensar sobre a sorte, a vida e o acaso.
O elenco
Longe dos grandes nomes de Hollywood, Woody Allen apostou em jovens atores que eu particularmente não conhecia o trabalho de nenhum deles, a não ser Bruno Gouery, nosso querido Luc de Emily in Paris, o estereótipo perfeito de um francês. Lou de Laâge interpreta Fanny e entrega uma bela atuação, tendo o maior destaque na trama, Niels Schneider interpreta Alain, sendo um típico escritor que está em Paris em busca de inspiração, não tem muitas cenas de destaque, mas cumpre seu papel. Melvil Poupaud no papel de Jean e Valérie Lemercier no papel da mãe de Fanny também fazem o feijão com arroz bem feito, mas nenhuma atuação realmente se sobressai.
Nosso veredito
Para quem já é fã do estilo do diretor, “Golpe de Sorte em Paris” traz toda sua identidade de volta, a produção tem um pouco mais de 1h30 e é um bom filme para ser visto em casal. Se esse realmente será o último filme de Woody Allen, infelizmente não é memorável o suficiente para encerrar sua carreira.
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