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Foto do escritorMaria Tosin

Mussum: O Filmis é bom pra cacildis


A convite da Downtown Filmes assistimos “Mussum: O Filmis”, produção que foi lançada no Festival de Cinema de Gramado e foi muito premiada. As cinebiografias estão com tudo esse ano no cinema brasileiro, primeiro tivemos “Nosso Sonho” contando a história dos MCs Claudinho e Buchecha, em seguida “Meu Nome é Gal”, contado a história de uma das maiores cantoras do Brasil e agora conferimos a cinebiografia de um dos humoristas mais icônicos do país. Vem saber o que achamos desse filme que chega aos cinemas no dia 2 de novembro!


Sobre o enredo

O filme narra a trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o famoso Mussum, dos Trapalhões. Ao contrário da cinebiografia de Gal Costa, que segue um roteiro mais abstrato, Mussum: O Filmis segue exatamente o que esperamos e de forma muito bem feita. A produção mostra a infância pobre, a carreira militar, a relação com a escola de samba Mangueira e com o grupo Originais do Samba, além de mostrar os bastidores dos Trapalhões. O filme traz em ordem cronológica os fatos que marcaram a vida de Mussum, mas tem um final perfeito e certeiro para uma incrível homenagem ao humorista.




Sobre o roteiro

Apesar de trazer muitos fatos relevantes na vida de Mussum, com várias pessoas importantes no mundo da música e da TV na história, o roteiro conseguiu organizar de forma incrível esses fatos e contar quem foi Mussum, não importa com quem ele cantou ou contracenou, o que importa é quem ele era, um menino pobre que desde a infância teve uma forte conexão com a mãe, resolveu seguir carreira militar para agradá-la, mas não conseguiu fugir do que nasceu para fazer: ser artista. Aqui o roteiro intercala humor e drama perfeitamente, traz esquetes dos Trapalhões para nos lembrar de seu talento, mas também mostra a dura realidade do mundo artístico na década de 60 e 70, por fim, de forma despretensiosa o filme homenageia também o samba e a TV.


Sobre o elenco

É difícil dizer qual merece mais elogios, o roteiro ou o elenco, pois os dois são perfeitos. O humorista Yuri Marçal foi encarregado de interpretar Mussum jovem, e mostrou para o que veio, Yuri é extremamente expressivo e carismático, o que reflete perfeitamente quem era Mussum. Já Ailton Graça interpreta o humorista adulto e a qualidade de sua atuação assusta, os trejeitos de Mussum foram completamente incorporados pelo ator que consegue fazer cenas de humor e drama com uma facilidade incrível. Cacau Protásio e Neusa Borges interpretam Malvina, mãe de Mussum, e também merecem elogios pela atuação. Assim como em “Meu Nome é Gal”, o elenco surpreende pela semelhança com as pessoas reais, como é o caso de Gero Camilo, que interpreta Renato Aragão, Gustavo Nader, que interpreta Zacarias e Vanderlei Bernardino, que interpreta Chico Anysio.




Bom pra Cacildis

Começamos o filme dando gargalhadas e terminamos caindo em lágrimas, isso porque o final é a melhor parte do filme, já que a produção ao invés de terminar com a morte de Mussum, termina com um brilhante discurso do humorista para crianças negras na Mangueira. Após o filme o sentimento que fica é que nenhuma parte da vida do artista foi esquecida, cada ponto foi lembrado e tocou o coração de quem estava assistindo. Finalizo fazendo um pedido: assista ao filme no cinema, mostre que o Brasil também se orgulha de sua cultura e que logo concorrer ao Oscar não será apenas um sonho, mas uma realidade.


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