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Foto do escritorMaurício Neves

Não Fale o Mal: era necessário um remake tão cedo?

Não Fale o Mal é a nova produção de suspense psicológica escrita e dirigida por James Watkins. Remake do filme dinamarquês de 2022 de mesmo nome, a obra é estrelada por James McAvoy, Mackenzie Davis, Aisling Franciosi, Alix West Lefler, Dan Hough e Scoot McNairy. Jason Blum também produz por meio da Blumhouse Productions.


A convite da Universal Pictures, conferimos o filme antecipadamente. Era necessário um remake de um longa tão recente? A teoria que americanos não gostam de assistir audiovisuais com legendas se confirma? Confira a seguir as nossas considerações do projeto que chega hoje aos cinemas brasileiros.

Não Fale o Mal: era necessário um remake tão cedo

O enredo

Durante férias na Europa, uma família americana se aproxima de outra britânica, que convida a passar um final de semana em sua casa de campo. Parecendo o cenário perfeito para uma pausa tranquila, o fim de semana se transforma em um pesadelo quando os anfitriões (James McAvoy e Aisling Franciosi) começam a agir estranhamente. Sem saber como fugir da situação, as visitas (Scoot McNairy e Mackenzie Davis) se veem presas em um pesadelo psicológico.

Não Fale o Mal: era necessário um remake tão cedo

O roteiro

Reproduzindo o roteiro do filme dinamarquês, conhecemos Louise, Ben e Agnes, uma família americana, e Paddy, Ciara e Ant, uma família britânica, ambas em férias na Europa. Após se conectarem durante os dias de lazer, Paddy e Ciara convidam Louise, Ben e Agnes para visitarem sua casa de campo.


Ao chegarem no local, não demora para que as visitas se sintam desconfortáveis com o comportamento passivo-agressivo dos anfitriões. Em uma noite, ao encontrar Agnes dormindo ao lado de Ciara e Paddy semi-nu, Louise decide que é hora de ir embora. Ao partirem discretamente, Agnes percebe no caminho que esqueceu do seu urso de pelúcia, o que faz com que eles retornem para buscá-lo. De volta a casa, eles são convencidos a ficar, porém, Paddy e Ciara continuam agindo estranhamente.



Ao contrário da obra original, que deixa diversas coisas subentendidas, aqui tudo é explicado quase que desenhadamente, para ficar o mais claro possível ao telespectador. Esse é um ponto negativo na história, pois os acontecimentos se tornam previsíveis antes do ato final.


As crianças recebem mais desenvolvimento e tempo de tela, o que permite entender suas emoções em meio aos absurdos que ocorrem. O terceiro ato, embora mais longo do que o necessário, mantém a atenção, deixando o espectador curioso para descobrir o desfecho, já que o clímax difere da história original.


Com um final bastante satisfatório, Hollywood mostra que ainda consegue surpreender com os seus remakes, mesmo sendo de uma produção com apenas 2 anos de lançamento.

Não Fale o Mal: era necessário um remake tão cedo

O elenco

Os atores mostram-se preparados para o desafio, e até mesmo as crianças Alix West Lefler e Dan Hough trazem destaque aos seus personagens, ganhando ainda mais desenvolvimento que os pequenos da produção original.


James McAvoy e Mackenzie Davis são definitivamente os principais nomes na produção, e ambos entregam o que prometem. Enquanto James tem uma excelente química com Aisling Franciosi, apresentando muita loucura em conjunto, o mesmo não pode ser dito entre Mackenzie e Scoot McNairy. E apesar deste último casal até ter a sua história aprofundada, sua química não convence. Pode-se dizer que todos sabiam o que estavam fazendo, tendo um provável auxílio da obra original.

Não Fale o Mal: era necessário um remake tão cedo

Considerações

Quem assistiu ao filme original pode se frustrar na primeira hora, pois a produção reproduz a versão dinamarquesa com alguns detalhes adicionais e menos violência. No entanto, apesar das inevitáveis comparações entre as obras, o longa prende a atenção, com os anfitriões agindo absurdamente a todo momento.


O terceiro ato é original e empolga, considero ainda melhor que o original. Apesar de entender que o final da outra versão condiz com o roteiro, muitas pessoas não gostaram de como a história foi encerrada.


Quem não assistiu ao filme de 2022 vai se divertir, pois dificilmente vemos filmes americanos com histórias semelhantes. Mesmo assistindo ao original, terminei o remake bastante surpreso e empolgado.


James Watkins, que já tem em seu currículo os excelentes Sem Saída (Eden Lake, de 2008) e Abismo do Medo 2 (The Descent Part 2, de 2009), mostra que tem experiência e sabe o que está fazendo. Vale a pena assisti-lo para chegar às suas próprias conclusões.


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