Conferimos em primeira mão o longa Os Fantasmas Ainda Se Divertem - Beetlejuice Beetlejuice, sequência do clássico de Tim Burton, que estreia nos cinemas em 5 de setembro. E já que mencionamos aquele nome duas vezes no título, vamos evitar mencionar uma terceira e preservar você que está lendo de, sei lá, sem querer invocar um caos iminente que pode te traumatizar por toda uma vida! Daremos um jeito, confia.
Juice está soltinho
O filme começa com uma piscadela para o clássico de 1988, trazendo de volta a icônica introdução da maquete que nos leva até a mansão em Winter River. Esse detalhe já dá o tom que Tim Burton está de volta com seu estilo gótico, sinistro, e macabro.
Na trama, Lydia, agora é uma apresentadora de um reality show sobrenatural que continua assombrada pelo trauma que um fantasma lhe causou no passado. Após a notícia do falecimento de seu pai trazida por Delia, ela é empurrada de volta para Winter River junto de sua filha adolescente, Astrid, de quem esteve distante. O retorno serve para honrar a memória de Charles e também para enfrentar o passado de frente.
As coisas se complicam quando Astrid encontra um fantasma que a engana e a manipula para que ambos troquem de alma. Lydia, desesperada para recuperar sua filha, vê apenas uma saída para essa situação: chamar três vezes o nome que ela jurou nunca mais mencionar. A partir daqui, ele está mais solto do que nunca.
Os retornos icônicos e as novidades
Michael Keaton está completamente à vontade, entregue ao papel do Besouro que amamos odiar. No melhor estilo Looney Tunes e O Máskara, ele toma conta da tela e com seu pandemônio de sempre. Tapado e movido por seus próprios interesses, ele ainda não superou o fora que levou e sonha, pasmem, em se casar com Lydia.
E falando em retorno triunfal, Catherine O'Hara está impecável de volta como Delia.
Parece que ela nunca deixou de viver a personagem! Está tão afiada no papel da artista plástica excêntrica e mimada que é impossível não rir do dramalhão ou das suas expressões exageradas. Um verdadeiro show de fisicalidade e humor que só O'Hara consegue entregar.
Mas não podemos deixar de mencionar uma adição nova que é ridiculamente engraçada: Willem Dafoe, que entra na brincadeira como um tipo de delegado do pós-vida. O truque? Ele é um ator dedicado que nunca sai do personagem! As piadas que Dafoe manda são ao mesmo tempo hilárias e absurdas. Que adição sensacional ao elenco!
A queridinha do momento, Jenna Ortega também carrega boa parte do drama do filme. Sua dinâmica complicada com Lydia, vivida por Winona Ryder, dá à sua personagem uma profundidade interessante e facilmente compreensível, da qual Jenna aproveita super bem. Essa relação enriquece a trama, lembrando os dilemas de Lydia na mesma idade.
A sequência dos sonhos
Quando Delores, interpretada por Monica Bellucci, faz sua entrada, é pura perfeição. Ela serve muito ao se recompor, pedaço por pedaço, ao som de uma trilha deliciosa. O visual é tão forte que fica na memória. Uma pena que a personagem acaba sendo só um enfeite, uma figura estética presa em um plot bobinho e raso. Mas,mesmo essa bobagem passa despercebida porque...
...o filme não economiza nas boas referências ao clássico. Desde a música, a introdução, e a estética até os Bobs e o além-vida, ele entrega o que os fãs esperavam. E mais: adiciona camadas novas, como a história da origem do Suco (leia-se, sua morte) e outras surpresas. E falando nas piadocas: o "Soul Train" (literalmente o trem das almas), onde todos os passageiros entram no vagão dançando soul é sensacional de boa!
O legal é que o filme consegue compor muitas tramas e referências sem deixar ninguém perdido. É um caos organizado que, de alguma forma, se amarra, ou melhor, se grampeia no final. E olha, o final pode até ser simples e repentino, mas quando a jornada até lá é tão divertida e cheia de boas referências, dá para perdoar sem nem pensar duas vezes.
Bob, você sempre será lembrado!
Essa sequência fez bonito ao preservar a estética do clássico dos anos 80, com melhorias sutis que modernizam o visual sem perder o charme original. É um deleite visual que agrada tanto os fãs antigos quanto os novos.
O ritmo acelerado e o humor constante não te dão tempo de pensar demais nos pontos fracos do filme. O enredo no mundo real da Astrid de Jenna Ortega acaba limitando o potencial e o deixando um pouco. Além disso, sentimos falta da Lydia mais participativa e irreverente que Winona Ryder trouxe no original. Aqui, ela fica mais na reação do que na ação, como se sua personagem tivesse se tornado apenas uma espectadora dos eventos.
Mas o final entrega algo que Lydia sempre mereceu: a chance de finalmente se livrar dos controles externos que moldaram sua vida. E ainda há espaço para um leve shade: Winona não deixa barato e solta uma indireta sobre a diferença de idade entre ela e o espírito canalha. Quem pegou, pegou!
O desfecho é delicioso, mantendo o humor escrachado que é marca registrada desse universo. E, para os que já ficaram com saudades, há sinais de que uma nova história pode estar a caminho. Será que alguém teria coragem de invocar o caos novamente? Bom, só o tempo (e a bilheteria) dirá se alguém vai se atrever a dizer três vezes o nome...
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