Neste último domingo (28/05), chegou ao fim a 4ª e última temporada de Succession e com ela a história de qual dos filhos - Connor (Alan Ruck), Kendall (Jeremy Strong), Shiv (Sarah Snook) ou Roman (Kieran Culkin) - assumiu o lugar de Logan Roy (Brian Cox) na presidência do conglomerado de entretenimento que ele mesmo criou, a Waystar Royco. Não é bobagem afirmar que essa temporada fará a rapa em todas as premiações, já que tanto o elenco quanto a parte técnica foram absurdas. Venha conferir o que faz, então, dessa série ser tão aclamada.
Succession é uma série cínica
Esse é o tópico mais óbvio, mas não quer dizer que ele é menos importante e que rebaixa a qualidade da série. Ao trazer uma família bilionária como protagonista, ela é uma série crítica sobre o entorno deles e deles. O entorno é uma crítica sobre como os conglomerados de mídia são capazes de manipular cenários políticos e sociais facilmente, além de criticar, de maneira quase jocosa, o próprio cenário político dos Estados Unidos. Com eles, critica a forma como o dinheiro é capaz de ruir relações afetivas, tanto que as poucas vezes que a série lembra que os Roy são uma família, a cena seguinte já quebra essa relação. Porém, o grande destaque com que essas críticas são apresentadas é que merece destaque, já que há um cinismo constante por parte dos personagens, e que é através dele que emergem as partes cômicas e dramáticas da série.
A parte técnica é magistral
Succession é, sem dúvidas, uma das melhores séries tecnicamente falando da história da televisão. A começar pela trilha sonora, que uniu elementos do clássico com os do moderno, e fez assim dela um elemento necessário nas cenas do seriado. Já as atuações foram só crescendo à medida que os atores foram conhecendo mais os personagens, fazendo-os entregar as melhores atuações a cada semana. A fotografia também é um destaque. Utilizando-se de uma câmera que se encontrava em constante movimento e que se fixava nas partes de maior tensão, ela coloca o espectador dentro da cena, sentimento que é reforçado com a captura em alguns momentos nas reações dos personagens presentes ao invés do enfoque naquele de que estava falando, e também no enquadramento que não garante a melhor visão da cena, tendo algumas vezes, inclusive, os personagens passando pela frente dela.
É uma série sobre pessoas reais
O grande sucesso de Succession não é só ter um enredo crítico ou ser tecnicamente perfeita, é ser uma série com pessoas reais. Aqui não há vilões e mocinhos, muito menos anti-heróis, que fazem as coisas da forma errada para se chegar ao certo. Aqui há personagens cinzas, cuja moralidade pode até existir, mas que vão usá-la única e exclusivamente para os seus interesses. Por exemplo, para eles, pouca importa se apoiar um neo-nazista na corrida presidância é correto ou não, contanto que eles saiam ganhando individualmente, isso é justificado. Até mesmo o personagem mais tacanho, como o primo Greg (Nicholas Braun), não é ingênuo e busca sempre se aliar com quem sairá vitorioso. E a série também pouco faz questão de dar um background que justifique a psique dos personagens. Há certas dicas de situações prévias que levaram os personagens a serem quem vemos, mas todo o desenvolvimento acontece a partir de onde eles estão quando conhecemos eles. Ainda assim, essa psique é essencial para entendermos os motivos que movem os personagens.
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