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Foto do escritorMaurício Neves

Tesouro: uma jornada de traumas e reconexões familiares

Atualizado: há 2 dias

Tesouro é a nova tragicomédia dirigida por Julia von Heinz. Baseada no romance Too Many Men (1999), de Lily Brett, a produção é estrelada por Lena Dunham, Stephen Fry e Zbigniew Zamachowski.


A convite da Califórnia Filmes, assistimos antecipadamente ao filme, que chega aos cinemas brasileiros no dia 28 de novembro. Confira, a seguir, as nossas considerações.

Tesouro: uma jornada de traumas e reconexões familiares

Enredo

Ruth (Lena Dunham) é uma jornalista que viaja ao país de origem de seu pai, um sobrevivente do Holocausto, para reconstruir as suas raízes. Edek (Stephen Fry) aceita acompanhá-la apenas para vigiá-la e, assim, faz o seu próprio roteiro. Quando ambos visitam o antigo lar da família, Edek começa a sabotar os planos da filha, que deseja conhecer os lugares onde ele viveu. Enfrentando um trauma familiar, pai e filha se conectam pela primeira vez.

Tesouro: uma jornada de traumas e reconexões familiares

Roteiro

Ambientado em 1991, o filme começa anunciando que a história é baseada em fatos. Logo, somos apresentados a Ruth e Edek, filha e pai, que chegam ao aeroporto de Varsóvia. A cidade é onde Edek nasceu, e Ruth tem o desejo de conhecer mais sobre o passado de sua família.


Desde o início, o pai atrapalha a viagem, insistindo em visitar pontos turísticos, o que não é a vontade de Ruth. Gradualmente, percebe-se que Edek tem dificuldade em lidar com seu passado. O longa nos conduz por uma jornada familiar, mostrando como alguns traumas podem nos acompanhar pela vida.


Durante as visitas, pai e filha revivem a história dos judeus ao mesmo tempo que se conhecem melhor e se tornam mais próximos. Quando chegam à casa onde Edek cresceu, descobrem que muitos de seus bens continuam lá. Ruth tenta comprar boa parte dos utensílios. Entre assuntos sensíveis, o humor é introduzido, e fica evidente que Edek tenta constantemente se proteger da dor do passado.


No fim, todas as situações levam a um desfecho bonito e emocionante, que mostra o quanto as relações familiares podem nos moldar ao longo da vida.

Tesouro: uma jornada de traumas e reconexões familiares

Elenco

Gosto dos trabalhos de Lena Dunham, embora não a considere uma atriz tão versátil. Aqui, por exemplo, em vários momentos senti como se ela estivesse novamente interpretando Hannah, sua personagem em Girls.


Entretanto, a atriz tem ótima química com Stephen Fry. Ambos convencem como pai e filha e entregam excelentes cenas juntos. Sem querer, Fry rouba o protagonismo e nos cativa com o carisma de seu personagem.


Zbigniew Zamachowski, embora não tenha uma participação tão marcante quanto a dos protagonistas, interpreta um personagem essencial à trama, funcionando como equilíbrio entre um pai e uma filha que têm dificuldade em se comunicar devido aos traumas.

Tesouro: uma jornada de traumas e reconexões familiares

Considerações

Tesouro é um filme que emociona, principalmente por ser baseado em uma história real. Seu roteiro prende a atenção do início ao fim e, apesar de conter momentos mais pesados, equilibra a narrativa com cenas leves. É aqui que o personagem de Stephen Fry se destaca, fingindo a todo momento que está tudo bem.


Ao longo de suas quase duas horas de duração, o filme oferece um vislumbre da Polônia. Para quem tem problemas familiares, é uma obra que pode tocar em feridas. Ainda assim, é uma bela produção, que vale a pena ser vista.



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