Depois de muita expectativa, The Acolyte finalmente estreou no Disney+ na noite de 4 de junho, prometendo trazer a emoção de Star Wars para o finalzinho das quartas-feiras. Conferimos os primeiros episódios e vamos te contar tudo o que rolou, as surpresas e, claro, nossas primeiras impressões da nova série.
O que descobrimos sobre a história
Que saudade de ver um letreiro azul surgindo na tela logo após o logo da LucasFilm! Contextualizando a história, somos transportados para uma época próspera para a Ordem Jedi e a Alta República, sem guerras e onde reina a paz, até que uma figura surge, determinada a vingar seu passado e cumprir a missão de seu misterioso mestre.
Carrie-Anne Moss aparece em ação nos primeiros minutos no melhor estilo Trinity, mostrando toda a sua agilidade como a mestre Indara. Uma pena durar tão pouco, pois ela é assassinada por Mae, que está determinada a cumprir as suas ordens de vingança. Essa é a melhor sequência de ação até agora e um excelente início para o ritmo da série.
Mae é uma aprendiz focada na sua missão, mas que ainda não possui todo o preparo necessário. Fazer com que ela lute sem o famigerado sabre de luz deixa claro que isso é apenas o começo para ela e que seu treinamento está longe de ser completo.
Sempre uma, mas nascida duas
Quem conseguiu escapar dos spoilers e das divulgações da série foi surpreendido com a revelação de que Mae, interpretada por Amandla Stenberg, tem uma irmã gêmea chamada Osha. O plot aqui é o clássico: irmã boa e irmã má, separadas na infância e com um passado turbulento. Cada uma segue seu próprio caminho, uma sem saber do paradeiro da outra.
É Star Wars rimando com luz e sombra, Jedi e Sith, Yin e Yang novamente. A cena em que Sol encontra Osha lembra bastante uma das cenas finais entre Anakin e Ahsoka em The Clone Wars.
Para os aspectos técnicos, a trilha sonora busca notas que remetem diretamente à original de John Williams. Michael Abels, conhecido pelos suspenses de Jordan Peele, está fazendo um ótimo trabalho na composição.
Outro ponto interessante é a caracterização muito bem feita dos alienígenas, representando um avanço significativo ao que vimos no Mandoverso. Eles ganham ainda mais vida e personalidade. Além disso, as transições clássicas dos filmes estão de volta. Como é bom ver Star Wars sendo brega, porque sim!
O sonho dos Jedi é lindo, mas nem todo mundo comprou ele
Precisamos falar do mestre Sol, interpretado por Lee Jung-Jae. Ele encarna um mestre no estilo de Qui-Gon Jinn, pacífico, sábio e com grande destreza nas lutas, sem sequer levantar o sabre de luz nos episódios. Porém, vale a pena ficar de olho nele.
Esse Jedi sabe de algo: o mestre Tobin, que aceita tirar a própria vida devido a um passado culposo, é apresentado como alguém próximo de Sol. Isso deixa pistas de um possível desvio de caráter. Esconder falhas ou algo sombrio para manter as aparências é um tema típico da Ordem Jedi, uma soberba que mais tarde contribui para seu declínio.
Para um ator de Hollywood, imagino que deve ser um marco e tanto conseguir um papel em Star Wars. De alguma forma que não sei explicar, consegui sentir em cada um deles aquele fervor e animação de alcançar algo memorável em suas carreiras, enquanto encenavam as falas e as clássicas palavras da saga, como "a Força", “os Jedi” e outros termos.
Dos personagens que vimos, destaco Qimir, interpretado por Manny Jacinto, um contrabandista astuto, mas atrapalhado. Também a Jecki Lon, vivida por Dafne Keen, e Yord, interpretado por Charlie Barnett, a representação maior da soberba e arrogância que reina na Ordem Jedi nesse período.
Um acólito e um Jedi entram em um bar
O episódio de abertura é o mais bem executado até agora, trazendo toda a preparação para a série e introduzindo os personagens de maneira fluida. O combo com o segundo dá um ritmo mais episódico. Ele não só, obviamente, continua o primeiro, como também termina com um wookie Jedi sem nenhuma paciência no final!
O segundo episódio estabelece, ainda que de forma breve, a dinâmica e a emoção do encontro das duas irmãs, que provavelmente serão o ponto central desta primeira temporada. (E já mencionamos o Wookiee Jedi bravo no final?)
A esperança dos fãs de Star Wars é algo que vai e vem a cada nova produção anunciada pela Disney, e isso já se tornou um fato a essa altura. É um começo promissor; The Acolyte está cozinhando, e escolheu ótimos ingredientes: bons atores, personagens cativantes, caracterização detalhada e um ambiente isolado do que conhecemos antes em Star Wars, perfeito para ser explorado livremente.
Nos dois primeiros episódios, a série não oferece suspense como esperávamos. Em vez disso, ela incorpora elementos de aventura de Ahsoka e Obi-Wan Kenobi para construir sua narrativa ambientada na época da Alta República.
Como uma série que aborda a dualidade do bem e do mal, esperamos que ela siga mais o exemplo de Ahsoka, que foi bem executada, do que o de Obi-Wan. Parafraseando o mestre Sol, “se não meditarmos sobre o passado, estamos fadados a repeti-lo.” Espero que o pessoal da Lucasfilm e Kathleen Kennedy estejam refletindo bastante nos dias de hoje.
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